Capítulo 12 O Assassino Profissional
- Mesmo que seu rosto parecesse diferente daquela noite, eu reconheceria aqueles olhos mesmo que eles estivessem reduzidos a cinzas.
- Ele era um mestre do disfarce. Naquela noite, sua figura claramente era a de um homem alto — 1,85 m — mas agora ele estava curvado, com a pele envelhecida que o fazia parecer um homem idoso.
- Ver a pessoa que me matou aqui na exposição de arte me causou ondas de medo, me lembrando da dor que senti antes de morrer.
- Ele era implacável. Ele apareceu silenciosamente atrás de mim naquela noite, me apunhalando pelas costas sem um segundo de hesitação ou remorso, como se tivesse ensaiado isso mil vezes.
- Eu sempre fui gentil com os outros, então não havia como ter inimigos que me quisessem morto.
- Ele era tão habilidoso em esconder sua identidade. Poderia ser um assassino profissional?
- Mas se ele já tinha me matado, por que ele estava aqui agora? Ele tinha outro alvo?
- Meu primeiro instinto foi correr, mas então percebi—eu já estava morto. O que havia para ter medo?
- Luke deu um tapinha casual em seu ombro sem olhar duas vezes, dizendo apenas: “Está tudo bem”.
- Mas os olhos do homem permaneceram fixos em mim, do mesmo jeito que estavam antes da minha morte.
- Frio, implacável e completamente sem emoção.
- Mesmo já tendo morrido uma vez, eu ainda tinha medo dele, estava congelado no lugar como se estivesse paralisado.
- Ele poderia me ver?
- Assim que tive esse pensamento, ouvi Luke gritar em voz baixa: “Tio Carter”.
- Eu acordei e percebi que o olhar do homem estava focado além de mim, em Carter, que estava sentado em uma cadeira de rodas.
- Meus nervos tensos finalmente começaram a relaxar.
- A atenção de Carter se voltou para Luke, e o homem caminhou em direção a Carter sem fazer nenhum outro movimento.
- Ainda assim, a lembrança de seus métodos brutais enviou uma onda de desconforto através de mim. Esse assassino perturbado estava planejando tirar mais vidas?
- Por instinto, estendi os braços, tentando proteger Carter.
- Mas o homem passou sem fazer nada.
- Damian empurrou a cadeira de rodas de Carter para frente, parando na frente de Luke. O olhar de Carter, frio e venenoso, deixou Luke visivelmente desconfortável.
- “Até onde eu sei, Chloe está desaparecida desde o casamento, e ainda assim você está aqui, passeando tranquilamente por uma galeria de arte?”
- Eu não esperava que a pessoa que perguntaria sobre meu paradeiro não fosse minha família ou meu marido, mas Carter, um homem que não tinha nada a ver comigo.
- “Chloe não é uma criança. Ela pode ir para onde quiser,” Luke respondeu desdenhosamente. “Ela sempre foi teimosa. Quando ela terminar de fazer aquela birra, ela vai voltar.”
- A indiferença de Luke contrastava fortemente com o comportamento sério de Carter.
- “E se algo realmente aconteceu com Chloe?”
- Por um breve momento, o pânico passou pelo rosto de Luke, mas antes que ele pudesse responder, Anna interrompeu: “Tio Carter, alguém como Chloe nunca poderia estar em perigo real. Ela partiu para Cloudville há muito tempo.”
- Luke virou-se para ela, surpreso. “O que você acabou de dizer?”
- “Luke, eu só descobri hoje por alguns parentes em Cloudville. Aparentemente, Chloe pediu para eles encontrarem um lugar para ela ficar há cerca de um mês.”
- Era verdade — eu já havia mencionado mais de uma vez o quanto eu amava Cloudville, com suas estradas ladeadas de flores, suas montanhas verdejantes e seus picos cobertos de neve. Eu até disse que queria me estabelecer lá.
- Há meio mês, reservei um voo para Cloudville no dia seguinte ao casamento.
- Eu tinha planejado expor o caso descarado de Luke e Anna no casamento. Eu sabia que isso prejudicaria o relacionamento entre os Sanders e os Boltons, então decidi me vingar e ir embora.
- Anna continuou, “Eu queria confirmar, então eu chequei. Ela reservou um voo para o dia 15 para Cloudville.”
- O rosto de Luke se contorceu de preocupação para raiva. “Não é de se espantar que não conseguimos encontrar nenhum vestígio dela! Ela simplesmente se levantou e foi embora sem contar a ninguém!”
- “Não fique bravo, Luke. Chloe nunca se importou com os sentimentos dos outros. Indo e vindo quando bem entende, é assim que ela é. Já estamos todos acostumados com isso.”
- Se Luke tivesse se dado ao trabalho de investigar, ele teria descoberto que, embora eu tenha reservado a passagem, na verdade nunca embarquei no voo.
- Mas que ridículo — ele nem se importou o suficiente para verificar. Ele simplesmente acreditou em tudo que Anna lhe disse.
- Enquanto eu sorria amargamente, notei o mesmo toque de sarcasmo no canto da boca de Carter.
- Seus olhos escuros pareciam ter visto através de tudo há muito tempo.
- Carter disse friamente: “Espero que você não se arrependa.”
- Meus olhos se arregalaram em choque. Por que Carter diria algo assim? Ele sabia de alguma coisa?
- Luke, percebendo que havia algo estranho nas palavras de Carter, estava prestes a dizer algo quando Damian o levou embora.
- Anna agarrou-se ao braço de Luke. “Luke, o leilão está começando. Vamos tomar nossos lugares.”
- Continuei examinando a multidão, procurando pelo assassino.
- Finalmente, eu o encontrei.
- Ele era como uma criatura que não suportava a luz, espreitando nos cantos escuros, observando Luke com um olhar doentio e sinistro.
- Eu quebrei a cabeça, tentando lembrar onde eu tinha visto aqueles olhos antes. Quem era ele?
- Por que ele viria aqui depois de me matar?
- E o mais importante: se eu estivesse morto, onde estaria meu corpo?
- Observei ele e Anna atentamente, mas não havia sinal de que eles estivessem trocando olhares.
- Será que ele não era um assassino contratado por Anna, afinal?
- “Três milhões.”
- Era a voz de Luke.
- Ele pensou que a pintura era de Anna, então ele estava tentando mostrar sua afeição por ela.
- Ao ouvi-lo anunciar o lance, Anna corou timidamente e permaneceu ao lado dele.
- As pessoas ao redor deles estavam cheias de admiração, comentando o quão próximos os “irmãos” eram.
- As palavras deles só me fizeram rir. Se eles soubessem o que aqueles dois realmente fizeram enquanto se escondiam atrás de sua atuação de irmãos, quais seriam suas reações?
- “Cinco milhões.” Uma voz fria da multidão chamou minha atenção.
- Virei-me e vi que Carter era quem havia aumentado o lance.
- Por que ele estava dando um lance nesta pintura?
- A atmosfera na sala ficou tensa, como se o ar estivesse denso com faíscas invisíveis. Para Luke, estava claro que Carter não estava apenas tentando ganhar a pintura.
- “Oito milhões”, Luke gritou novamente, aumentando o lance.
- Carter simplesmente levantou seu remo e disse calmamente: “80 milhões”.
- Uau!
- Todos ficaram boquiabertos em choque. Ele tinha perdido a cabeça?
- Ele acabou de dar um lance de 80 milhões por aquela pintura!
- Luke ficou atordoado e, enquanto estava ali, estupefato, as duas pinturas seguintes também foram ganhas por Carter, cada uma por um preço igualmente exorbitante.
- Antes de Carter ir embora, vi Luke correr até ele.
- Ele agarrou a porta do carro, seu rosto cheio de frustração. “Tio Carter, você gastou mais de 200 milhões em apenas três pinturas. Se o vovô descobrir…”
- Carter levantou as pálpebras e lançou-lhe um olhar frio e desdenhoso.
- “Você acha que eu sou um fracasso como você?”
- Luke ainda não havia assumido totalmente os negócios dos Boltons, então ele não tinha fundos, e as ações de Carter apenas o humilharam na frente de todos.
- “Tio Carter, você tem algum tipo de mal-entendido sobre mim?”
- Carter olhou para ele intensamente, seus olhos cheios de ódio profundo.
- “Luke, dessa vez não vou deixar passar.”