Capítulo 49
“Sr. Lopes, lidei com incontáveis situações ao longo dos anos em que trabalhei em casos e, pela minha experiência, acho muito provável que a sua esposa tenha sido assassinada,
você…”
Ricardo, como um policial ao serviço do povo, sentia–se na obrigação e dever de alertar os cidadãos.
Nelson claramente não queria ouvir o que ele tinha a dizer, e assim que ouviu a palavra “assassinada” interrompeu–o impacientemente: “Agente Machado, nós não temos desavenças, por que você insiste em falar mal de minha esposa? Por que você insiste em amaldiçoá–la com suas palavras?”
“Sr. Lopes, o senhor deve ter me entendido mal, só estou preocupado com a Sra. Lopes.”
Nelson o encarou friamente: “Agente Machado, seu filho já tentou conquistar minha esposa, não é? Se ainda guarda rancor por não ter conseguido, isso é indigno do uniforme que você veste. Você insiste em afirmar que minha esposa foi assassinada, mas, diga–me: receberam alguma denúncia recente de um corpo não identificado?”
Ricardo, ao ouvir isso, ficou um pouco pálido: “Não, Sr. Lopes, eu só estava tentando ser útil, cabe ao senhor ouvir ou não.”
Depois de dizer isso, Ricardo se virou e saiu, enquanto outros policiais defenderam o Agente Machado: “Capitão, por que o senhor perdeu tempo conversando com ele? Ele não está nem
aí.”
Ricardo acenou com a mão, tentando minimizar. “Não é nada, afinal, ela foi alguém de quem meu filho gostou no passado. Se algo realmente aconteceu com ela, temo que ele fique muito
abalado.”
O “filho” a que ele se referia era seu filho Diego Machado, que me perseguia obsessivamente durante a universidade, chegando ao ponto de tentar suicídio para me forçar a sair com ele.
Então, tive um encontro casual com o Ricardo.
Depois disso, não sabia o que a família Machado disse a ele, mas ele mudou de universidade antes de se formar e, desde então, perdemos contato.
Ricardo mencionou o assunto brevemente e logo mudou de tópico, comentando que houve um caso de desaparecimento nas redondezas e que estavam ali justamente para investigar.
Eu segui Nelson até o carro, observando–o com um ar de exaustão, enquanto ele massageava as têmporas e instruía seu assistente de forma fria: “Não me importa que método você use, mas encontre a Marlene em três dias. Além disso, investigue o que aconteceu na Cidade das
Flores.”
“Sim, Sr. Lopes.”
“Espere.” – De repente, Nelson abriu os olhos, hesitante: “Veja também se houve algum caso
Capitulo 49
envolvendo mulheres na cidade?”
“Entendido, Sr. Lopes. Não se preocupe tanto. Sua esposa é uma pessoa forte, ela vai ficar
bem.”
“Ok.”
Desde que Nelson voltou para a empresa, ele parecia distraído e abalado.
Ele até assinou os contratos errados.
Quando a diretoria relatou uma pequena porcentagem de perda em relação ao último trimestre, todos esperavam ser repreendidos.
No entanto, Nelson, com um olhar vazio no rosto, disse: “Vocês fizeram um bom trabalho,
continuem trabalhando duro no próximo trimestre.”
Todos ficaram confusos.
“Tudo bem, vocês podem sair.”
Nelson saiu rapidamente da sala de reuniões e afrouxou a gravata.
Ao ver seu assistente ao lado da mesa, ele perguntou diretamente: “Você já descobriu alguma
coisa?”
*Sim, a pessoa que alugou a casa na Cidade das Flores não foi a senhora, mas uma jovem chamada Gisele Barbosa. Aqui está a foto dela.”
A foto foi colocada na frente de Nelson.
A jovem não parecia muito velha e havia uma semelhança comigo, o que provavelmente causou a confusão.
Nelson finalmente deu um suspiro de alívio quando viu a foto.
“Onde está a Marlene?”
O assistente balançou a cabeça: “Pesquisei todos os tipos de transporte para o período e, além da passagem de avião que ela não usou, não há registro de que ela tenha comprado
passagens em nenhum outro canal.”
“Então ela nunca saiu, ainda está na cidade?” – Nelson resmungou.
“Eu sabía, ela só queria chamar a atenção dessa maneira! Marlene, você realmente me decepcionou.”
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