Capítulo 37
A família já havia a chamado várias vezes, e só depois de retocar a maquiagem a vovó finalmente consentiu que Marta a empurrasse para fora.
“A Marlene deve ter chegado, não vamos mais deixar ela esperando.”
Marta brincou ao lado: “Ah, só tem espaço para Marlene no seu coração, mas hoje temos muitos convidados ilustres.”
A vovó sorriu com orgulho: “Eles são mais importantes do que minha neta? A propósito, onde está o documento de transferência de ações que lhe pedi para preparar?”
“Está tudo pronto, amanhã poderemos realizar o procedimento de transferência. Senhora, você vai dar todas as suas ações para Marlene? Acho que isso vai causar tumulto na família
novamente.”
“Humpf, eles não cuidam da Marlene e não deixam que outros o façam também? Afinal de contas, Marlene já é uma casada. O que isso tem a ver com eles? Além disso, você viu hoje aqueles cegos sendo manipulados pela Mirella, o que você acha que a Marlene poderia conseguir no futuro? Preciso transferir meus bens para ela enquanto ainda estou viva.”
“A Marlene é sortuda em ter uma vovó que se importa tanto com ela.”
Fiquei ao lado, ouvindo isso com um sentimento amargo.
A minha vovó era maravilhosa, era uma pena que eu não pudesse mais desfrutar de sua
bondade.
Marta levou a cadeira de rodas por um atalho até o salão de festas e, antes mesmo de chegarmos perto, ouvi uma voz fria e profunda: “Ainda não a encontrou? Já se passaram tantos dias! Como alguém pode simplesmente desaparecer?”
“Sr. Lopes, já procuramos em todos os lugares possíveis, será que…”
As palavras cessaram abruptamente quando eles viram a vovó e seu grupo, e imediatamente se calaram.
Eu estava intrigada, o que ele estava procurando?
Ele estava procurando por mim? Isso parecia improvável, já que nosso relacionamento era apenas superficial.
Nelson nunca se preocupou comigo, então por que Nilton estaria me procurando?
Provavelmente eu estava pensando demais.
A neve intensa caía sob a luz dos postes, formando uma densa rede branca que descia
suavemente.
Nilton, vestindo um terno preto, tinha os fios escuros de cabelo e os ombros cobertos por uma fina camada de neve.
04:21
Capitulo 37
Seus olhos afiados eram tão frios quanto sempre, mas ele baixou a cabeça em respeito ao ver a vovó, com uma voz respeitosa: “Senhora.”
A vovó olhou para ele por um momento, um pouco incerta ao dizer: “Você é o… o jovem da família Lopes.”
Qualquer pessoa que o visse pela primeira vez pensaria que ele era um filho ilegítimo.
“Eu sou Nilton Lopes, vim especialmente para comemorar o aniversário da senhora. Ivan!”
Ivan, que estava atrás da cadeira de rodas, aproximou–se da vovó com uma caixa de madeira, curvando–se respeitosamente: “Senhora, esta é uma raiz antiga, para a senhora fortalecer sua
saúde.”
A família Barbosa não tinha falta de tesouros, mas essa raiz antiga era realmente rara, e a vovó não recusou.
“Você é muito atencioso.”
Marta apressou–se a avançar e recolher o que ele carregava: “Muito obrigada, Sr. Lopes.”
“Está frio lá fora e o caminho está escorregadio, Sr. Lopes, melhor entrar no salão para se aquecer.” – A vovó foi mais amável com ele do que com Nelson.
“Eu prefiro lugares mais tranquilos. Vim apenas para desejar feliz aniversário à senhora. Já que o meu desejo foi entregue, prefiro não me juntar à festa.”
Nilton fez uma pequena cortesia antes de continuar: “A propósito, eu não vi a Marlene no salão. Ouvi dizer que ela desapareceu e não voltou para a família Lopes desde o casamento. Imagino que ela tenha voltado para ficar com a senhora, certo?”
“Marlene me enviou um presente hoje. Embora ainda não tenha aparecido, deve ter se atrasado por algum motivo.”
Marta acrescentou: “Marlene é muito dedicada à vovó. Todos os anos, ela volta para o aniversário, não importa onde esteja. Deve estar a caminho, Sr. Lopes. Já que veio, aproveite a ocasião e compartilhe da alegria conosco. Fique para o bolo.”
Nilton, que inicialmente pretendia sair, mudou de ideia inesperadamente: “Nesse caso, agradeço o convite e aceito a hospitalidade.”
232
