Capítulo 508
A Sra. Guerra sentiu a visão escurecer e cambaleou para frente, quase desmaiando.
Renato a segurou rapidamente, se esquecendo de sua raiva. Com uma voz ansiosa, gritou:
– Alguém, chamem o médico! Rápido!
–
Sasha, chorando, se aproximou de Sarah e questionou com indignação:
—
O que você está tentando fazer? Quer matar a nossa mãe de raiva? Esse conjunto de joias foi você
quem comprou por birra, e agora vem se arrepender?
Sarah recuou um passo, observando tudo sem saber o que fazer. Uma onda de impotência tomou conta dela. Ela gastou trinta e seis mil e oitocentas pratas para comprar aquele conjunto para Sasha, e tudo o que recebeu em troca foram críticas e acusações.
– Então agora eu sou a errada?
No meio da madrugada, o médico foi chamado, trazendo ainda mais alvoroço para a casa.
Sarah, mesmo chorando, teve que enxugar as lágrimas e pegar um lenço para limpar o rosto e as mãos da Sra. Guerra.
O médico examinou a matriarca e concluiu que foi apenas um desmaio causado por extrema raiva e indignação, mas que não era nada grave. Algumas doses de remédio bastariam para recuperar sua saúde.
Quando a Sra. Guerra acordou, Renato já havia perdido toda a sua raiva. Ele apenas se ajoelhou ao lado da cama e pediu desculpas:
– Mãe, fui muito precipitado em minhas palavras e acabei causando sua indignação. Peço desculpas por isso.
A matriarca, ainda fraca, virou o olhar para Sarah.
–
– Sobre a tiara de rubis… – Sua voz era baixa, mas firme. — Diga a todos para manterem a boca fechada. Ninguém pode saber que esse dinheiro veio da pensão de
guerra de Daniel.
Sarah olhou para Renato, mas ele apenas segurou sua mão e a forçou a se ajoelhar também.
O frio da madeira do chão subiu por seus joelhos, invadindo seu corpo. Era verão, mas ela sentia um frio cortante.
Mesmo assim, não teve escolha.
Com a voz trêmula, murmurou:
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Capitulo 508
Me desculpe.
Ela não podia carregar a culpa de ser a nora que fez sua sogra desmaiar de raiva.
Não importava o quanto estivesse injustiçada.
Não importava o quanto se sentisse sufocada.
E aquele marido que, momentos antes, parecia pronto para defendê–la, agora se ajoelhava arrependido. Onde estava o homem que exigia que Sasha devolvesse a tiara?
O coração de Sarah se partiu um pouco mais.
A Sra. Guerra respirou fundo e disse friamente:
– Já chega, todos podem sair. A Sasha vai ficar para cuidar de mim.
Renato hesitou, sugerindo:
– Mãe, deixe a Sarah ficar. Afinal, é ela quem sempre cuidou da senhora.
Mas a Sra. Guerra rejeitou imediatamente:
–
Não, eu quero que ela saia. — Sua voz ainda carregava irritação.
Sua voz ainda carregava irritação. – Ela deve garantir que ninguém espalhe essa história.
Ela precisava demonstrar raiva. Se não, a vergonha dessa situação cairia sobre toda a Casa do General.
Sarah sentiu um gosto amargo na boca e no coração. Ela se levantou, seus movimentos rígidos como um boneco de madeira. Ao sair, Renato tentou segurá–la, mas ela se desvencilhou e continuou caminhando sem expressão.
Se ao menos… Se ao menos ele tivesse segurado sua mão com força, entrelaçado os dedos nos dela, como Isaac fazia com Bianca, então talvez todas aquelas mais de trinta mil pratas tivessem valido a pena.
Ela já havia experimentado o calor de mãos entrelaçadas, a intimidade sincera entre marido e mulher.
Ela não queria um casamento frio e respeitoso, ela queria a cumplicidade de um casal apaixonado.
Renato a observou se afastar e, ao se lembrar de que ela usou a pensão de guerra de Daniel, sentiu um incômodo profundo. Esse pensamento o irritou ainda mais, então ele foi sozinho para o escritório.
Sarah esperou por muito tempo em seu quarto. Ela esperava… Esperava que ele voltasse para
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Capitulo 508
dizer algo, para confortá–la.
Mas, no fim, apenas a serva Acira veio e lhe contou que ele havia decidido passar a noite no escritório.
Sarah cobriu o rosto com as mãos, e lágrimas escorreram entre seus dedos.
Ela se lembrou de quando foi com sua cunhada Wilma ao escritório de finanças para buscar o cheque. Wilma, com um olhar gelado, lhe disse uma única frase que fez seu corpo inteiro alternar entre frio e calor, como se estivesse sendo queimada e congelada ao mesmo tempo.
Ao entregar o cheque, Wilma olhou para ela de cima, sibilando com desprezo:
–
Você sabe que não tinha o direito de usar a pensão de guerra dele. Espero que nunca se esqueça do que fez para desonrá–lo.
Aquelas palavras arrancaram as lembranças que Sarah lutou tanto para enterrar, jogando tudo diante dela, sangrentas e cruéis.
Sim, havia coisas das quais ela se arrependia, mas o arrependimento veio tarde demais.
Foi apenas um momento de fraqueza, um erro do passado. Ela tentava esquecer de tudo com todas as suas forças.
“Por que a Wilma precisava se lembrar disso? Por que ainda fez questão de me lembrar disso?”
Do lado de fora, de repente, ouviu uma risada abafada.
Sarah se sobressaltou, seu corpo inteiro tenso.
–
Quem está aí?!
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