Capítulo 497
As duas irmãs conversaram a noite toda. Depois de passarem pelos dias árduos no campo de batalha da fronteira do Sul, Roxy passou a ver as coisas de maneira muito mais madura, especialmente agora que morava na capital e sabia muito sobre as famílias poderosas. Ela sentia que as coisas no mundo não eram tão simples quanto os dias na Montanha Merinda.
A vida na Montanha Merinda era simples demais. Todo dia se envolvia em brigas, passeava com os cães, brincava com os gatos, cavava a terra atrás de cobras, caçava javalis… A coisa mais séria que acontecia era ser espancada por discípulos de outras seitas.
Enquanto conversavam, começaram a ficar com sono. Roxy se virou na cama, colocou o pé sobre Bianca e bocejou, dizendo:
– Eu até invejo o fato de você ter uma boa sogra, a Consorte–Mãe te protege muito.
– Eu sei.
–
Que tal eu me casar com o comandante–chefe também? Aí ela seria minha sogra e…
Antes que Roxy terminasse a frase, ela foi chutada da cama.
Ela pulou de volta e começou a socar Bianca, reclamando:
– Eu só estava brincando, você ainda levou a sério? A Consorte–Mãe já me disse que vai me anunciar como sua afilhada, mas não respondi ainda, só estou enrolando ela e me fazendo de difícil, ela me adora.
Bianca se defendeu com o cotovelo e, com um movimento rápido, levantou a perna e a colocou sobre o pescoço de Roxy, pressionando sua cabeça contra o travesseiro.
–
Estou morrendo de sono, vai dormir!
Roxy se esforçou para sair de debaixo do pé de Bianca, se virou e se enfiou de volta no cobertor, rindo:
–
Vou dormir, estou realmente muito cansada.
No dia seguinte, Bianca levou Annabelle e Roxy para fazer compras.
O principal objetivo era ir à Joalheria do Brilho para ver as novas coleções. Naturalmente, a joalheria poderia enviar as peças para a casa delas e elas poderiam escolher no conforto de casa, mas Annabelle queria ver muito mais modelos e estava entediada de ficar em casa, então decidiu sair para passear.
Os acessórios para seu casamento já haviam sido preparados pelo palácio, mas a Bianca achava que não eram suficientes, e Annabelle também queria comprar mais. Afinal, toda jovem
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adoraria se embelezar.
E quem não gostaria de joias bonitas?
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Depois do café da manhã, Paola voltou a dormir um pouco. Quando chegou a hora do almoço, Bianca ainda não apareceu para dar os cumprimentos, nem Roxy nem Annabelle estavam por lá. Estranhando, Paola mandou alguém verificar. Ao saber que as três tinham saído para fazer compras sem levá–la, Paola ficou incrédula.
“Não me levaram junto?”
Ela não conseguia acreditar que as três tivessem saído sem ela.
“Como ousam ignorar uma Consorte–Mãe tão importante como eu? Isso… Isso é um desrespeito imenso! É ousadia extrema!”
Furiosa, Paola saiu rapidamente, reclamando:
– Todos sabem que a Gisela me seguiu por tantos anos, mas eu fui bem generosa e deixei que ela ficasse com a minha serva com apenas um simples pedido. Agora elas saem para comprar coisas e nem me chamam? Nunca mais vou me importar com elas!
Dama Almira e Lucrécia correram atrás dela, perguntando:
– Aonde a senhora vai?
Vou ao palácio. Quem não tem gente para fazer companhia? – Paola respondeu, irada.
A Joalheria do Brilho ficava na rua principal da capital, um verdadeiro estabelecimento tradicional. Lá, os modelos eram exclusivos, com alguns que nem mesmo o palácio conseguia produzir, o que fazia com que até as mulheres do harém imperial mandassem comprar suas joias na Joalheria do Brilho.
Além disso, o dono da Joalheria do Brilho, o Sr. Pilar, sabia como fazer marketing. Algumas peças eram feitas em edição limitada, o que, embora gerasse lucros menores, mantinha o prestígio da loja e a tradição da sua marca.
A joalheria tinha três andares. O primeiro era para peças mais acessíveis, o segundo para as melhores peças, e o terceiro para as edições limitadas.
No entanto, mesmo as peças mais simples da Joalheria do Brilho eram especiais.
Depois de estacionar a carruagem, o cocheiro ficou esperando do lado de fora, enquanto as três entraram de mãos dadas na Joalheria do Brilho.
Assim que entraram, Bianca franziu a testa. Elas haviam encontrado uma velha conhecida.
O primeiro andar era grande, dividido em três seções. Para subir, era necessário usar a escada à
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direita, mas perto da escada havia um salão com uma vitrine, onde algumas pessoas estavam de pé. Bianca as reconheceu de imediato.
Eram a Sra. Guerra, a Sarah e a Sasha.
Elas estavam muito focadas em escolher as joias e não notaram Bianca.
Bianca não queria encontrá–las, mas, infelizmente, foi reconhecida por Pilar, que se aproximou rapidamente, com uma expressão radiante de alegria, falando:
– Princesa de Bermines? É mesmo a Princesa de Bermines? Meu Deus, quando você voltou para a capital, eu estava no terceiro andar, vendo você e o Príncipe de Bermines desfilando pelas ruas. Não imaginei que hoje a Princesa viria à nossa Joalheria do Brilho hoje, sinto muito por não ter ido receber a Princesa na porta.
Ao ouvir isso, as três mulheres da família Guerra se viraram imediatamente e olharam para
Bianca.
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