Capítulo 428
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Quem vocês da Casa do General pensam que são? Como ousam agir como se tivessem um tribunal privado em casa e decidir quebrar as mãos e pés dos cidadãos? Acho que a Prefeitura da Capital, o Tribunal de Justiça e o Setor de Supervisão nem são mais necessários, só precisamos de uma Casa do General!
Renato não sabia nada sobre o que tinha acontecido, mas como o Setor de Supervisão da Corte havia feito a denúncia, provavelmente alguém realmente havia feito uma queixa na Prefeitura da Capital.
Ele não tinha o que responder e continuava apenas dizendo:
– Majestade, perdoe o humilde oficial, por favor, acalme sua raiva.
–
Eu me acalmar? Mandei você ir pedir desculpas com a Fabiana, e quando o Marquês da Saúde não permitiu sua entrada, você simplesmente virou as costas e foi embora. Essa é a sua atitude sincera ao pedir desculpas? Você não tentou de verdade buscar o perdão, e ainda assim tem coragem de descontar a raiva nos cidadãos? A Casa do General merecera ser atacada com excrementos, e se pudesse, eu também jogaria um balde de excrementos na sua cara!
O Imperador estava tão furioso que não conseguia controlar suas palavras, ele realmente se sentia profundamente desapontado por Renato, que o havia frustrado imensamente.
Se não fosse pela sua própria decisão de arranjar o casamento, por ter reconhecido o mérito militar dele, por que então teria continuado a apoiá–lo? Pensou que lhe dando uma chance, poderia corrigir, também para restaurar um pouco da sua própria imagem de Imperador sábio, mas, para sua surpresa, ele realmente era um inútil.
Nenhum dos oficiais na Corte se levantou para defender Renato, nem mesmo o primo mais velho da Sarah, o Oficial Auxiliar do Ministério das Finanças, se manifestou para falar em sua
defesa.
Defendê–lo significaria desagradar a Sra. Vitalina, e isso provocaria a ira de todos.
Renato pensava que talvez nem mesmo seu cargo no Guarda da Capital fosse mais seguro. Sentia uma mistura de frustração e impotência que era difícil de expressar.
Ele quase deixou as lágrimas caírem, mas engoliu o choro e disse, com a voz trêmula:
O humilde oficial reconhece o seu erro, Majestade. Por favor, lhe dê as punições devidas. O humilde oficial também irá de novo até Sra. Vitalina pedir desculpas e tentar conseguir seu perdão.
O Imperador olhou para Renato, se lembrando de como ele voltara vitorioso da batalha, cheio de confiança e ambição. Agora, ele era como um vira–lata.
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O Imperador sentiu uma pressão no peito, se lembrando do avô da família Guerra, o velho general que conquistou a Casa do General para a família Guerra morar. Se ele estivesse vendo tudo lá dos céus, vendo seus descendentes tão sem brilho, talvez ficaria indignado ao ponto de não conseguir ficar em paz.
Com uma expressão gelada, o Imperador disse:
–
Renato, você não administra bem a sua casa, seu harém está em desordem, e tem tratado seus assuntos de trabalho de forma descuidada. Eu vou te rebaixar para Nona Categoria e você será um guarda comum da capital. Se cometer mais um erro, eu vou tomar a Casa do General de volta. Renato, esta é sua última chance.
Renato sentiu como se um trovão tivesse soado em sua cabeça, e seu cérebro ficou vazio por alguns momentos. Seu rosto ficou pálido e, com muita dificuldade, ele se curvou no chão, dizendo:
– O humilde oficial agradece a graça de Vossa Majestade!
Ele ficou ajoelhado por um longo tempo, sem coragem de se levantar, sentindo os olhares de todos os ministros e oficiais caindo sobre ele.
O que mais o envergonhou foi ver o Príncipe de Bermines também presente. Ele não queria olhar para o Príncipe de Bermines, ou melhor, não queria que o Príncipe de Bermines o visse naquela situação humilhante.
Na noite do segundo dia após o casamento, ele estava no pátio dos fundos da sua casa, quando foi atacado por algumas pessoas. Um saco foi colocado sobre sua cabeça, e ele foi espancado violentamente.
Ele sabia que o mandante disso havia sido o Príncipe de Bermines, porque, no dia do casamento, ele havia trocado algumas palavras ríspidas com ele.
Mas, sem provas, ele não ousava denunciar.
Se falasse, perderia a dignidade e as pessoas começariam a achar que o nível de guarda da Casa do General era frágil como uma bolha de sabão.
Além disso, ele não queria que soubessem que, como um comandante militar, ele havia sido emboscado em sua própria casa, sem saber quem eram os responsáveis.
Se tivesse provas, seria diferente, ele certamente processaria Isaac, acusando ele de usar sua posição como príncipe real e sua influência militar para invadir sua casa e espancar um oficial
da Corte.
–
Ainda não vaza daqui? – A voz do Imperador ecoou, furiosa.
Renato se curvou rapidamente, se levantou e, com as costas arqueadas, começou a se afastar
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lentamente. Ele viu de relance onde Isaac estava, e sentiu o olhar de desprezo do Príncipe, cheio de sarcasmo. Ele se sentiu humilhado e furioso, querendo até morrer ali mesmo.
De volta à sua casa, ele foi diretamente ao Lar da Insensibilidade, o pátio onde morava Fabiana.
Este lugar não era originalmente chamado de Lar da Insensibilidade, mas foi alterado por Fabiana depois de sua briga com Renato, especialmente para irritá–lo.
Ao ver Renato, que ultimamente quase nunca dava um passo para dentro do pátio dela, Fabiana ficou atônita por um momento. Mas, ao ver a expressão sombria e a raiva que ele carregava, ela deu um passo para trás e perguntou:
–
O que você quer?
