Capítulo 227
Para a investigação chegar até a Casa da Princesa era uma tarefa fácil.
Com tantas pessoas subornadas pela Casa da Princesa, certamente haveria alguns covardes que, ao serem interrogados algumas vezes pelos oficiais, revelariam tudo.
Vendo que o assunto envolvia a Casa da Princesa, Ícaro decidiu não continuar investigando imediatamente. Ele foi pessoalmente até a Casa do Duque procurar Bianca.
No dia do casamento da Bianca, não houve uma celebração extravagante, a cerimônia foi discreta, e a Casa do Marquês da Paz enviou apenas a terceira nora com os presentes, sem a presença de mais ninguém.
Bianca e Ícaro mal se conheciam, pois Bianca deixou sua casa quando ainda era jovem e raramente estava na capital.
Quando ela voltou de Montanha Merinda, algumas mulheres da Casa do Marquês da Paz vinham visitar a sua segunda cunhada. Ícaro também chegou a visitar umas duas vezes, mas na última vez que Bianca o viu foi após o massacre, quando ele segurava a cabeça dilacerada de uma criança sentado nas escadas ensanguentadas, com um olhar de terror e tristeza como o céu antes de uma tempestade.
Ao ouvir que Ícaro veio pessoalmente, Bianca, que estava bordando, teve um sobressalto, e a agulha perfurou seu dedo. Vendo o sangue surgir, a cena se assemelhava a um demônio na escuridão, se aproximando lentamente, cobrindo tudo de vermelho.
Ela não esperava que ele viesse pessoalmente, imaginava que no máximo enviaria alguém para investigar.
Bianca se acalmou e disse suavemente:
– Vou trocar de roupa e sair em breve.
Ela se acalmou por um tempo antes de se levantar para trocar de roupa.
Desde a tragédia, ela cortou relações com as famílias das cunhadas e evitava eventos sociais quando estava na Casa do General.
Para ela, Ícaro era como a chama que acenderia aquela bomba explosiva que ela escondia no fundo do coração. E para ele, ela também era. Quando não se viam, fingiam estar bem, mas quando se encontravam, a dor vinha como um furacão, incontrolável.
Vestida com roupas simples e neutras, Bianca sentiu suas mãos tremerem levemente dentro das mangas largas.
Ela não conseguia esquecer a imagem de Ícaro segurando a cabeça dilacerada de Niko no chão.
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Capítulo 227
Aquela cena era simplesmente insuportável, doía demais.
Ao se aproximar do salão principal, ela fez algumas respirações profundas, seus olhos já começavam a ficar vermelhos e marejados.
Ao dar mais dois passos, estaria atravessando aquele limiar alto da porta, mas seus pés pareciam estar enraizados no chão, pesados como chumbo.
Ela ouviu Felipe saudando o Sr. Ícaro, cuja voz grave e autoritária respondia brevemente.
Bianca ajustou sua expressão várias vezes antes de finalmente aparecer lentamente na porta da, cruzando o limiar e cumprimentando, mas sem olhar para o Ícaro, apenas abaixando os
olhos e dizendo:
– Olá, Sr. Ícaro.
Ícaro se levantou, fazendo uma reverência em resposta e cumprimentando:
– Como vai, Srta. Bianca?
Eram cumprimentos com um tom artificialmente estranho, os olhos de ambos revelavam uma
certa amargura.
– Estou bem! – A voz de Bianca tremia um pouco. Por favor, sente–se.
Ícaro também fez um gesto convidando:
– Por favor, Srta. Bianca, sente–se também.
Os dois se sentaram, enquanto Felipe se retirava para a porta. Olhando para o sol brilhante lá fora, seus olhos doeram repentinamente.
Nenhuma serva ou criado se aproximou, os dois estavam sozinhos no salão principal, mergulhados em um silêncio momentâneo.
Ambos lutavam para acalmar as emoções tumultuadas e as imagens sangrentas que surgiam diante de seus olhoa, talvez algo que ambos nunca conseguiriam esquecer.
Foi Ícaro quem quebrou o silêncio:
– Naquele dia, durante o banquete no palácio, eu te vi, quase não te reconheci.
Bianca se lembrou do dia em que desfilaram pelas ruas e depois foram para o palácio para celebrar, sem mesmo trocar de roupa, tão suja que até os cães a evitariam.
Ela sorriu, mas com lágrimas escorrendo pelos olhos, dizendo de forma não natural:
Peço desculpas pela aparência.
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Capítulo 227
Seu pai e irmãos… – Ícaro fez uma pausa, respirando fundo como se tivesse um nó na garganta, sua voz obscura e sussurrante. – Toda a família Sonata se orgulharia de você.
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