Capitulo 141
Capítulo 141
Pérola estava rindo muito e chorando muito também, correndo rapidamente atrás deles, gritando:
– Senhorita, senhorita….
Bianca olhou para ela com resignação, essa garota ria e chorava ao mesmo tempo, sem um pingo de modos.
Isaac estava sentado ao lado de Bianca e olhou para Pérola, pensando por um momento, depois
perguntou:
– Ela se chama Pérola, não é?
–
– Vossa Alteza se lembra dela? – Bianca ficou um pouco surpresa.
–
– Lembro. – Isaac sorriu levemente. – Lembro que um ano fui para a Seita dos Mil Saberes, essa garota estava na árvore colhendo frutas, quando me viu com seu irmão da seita se aproximando, ela se assustou e caiu da árvore.
Bianca ficou ainda mais surpresa, perguntando:
– Vossa Alteza já foi para a Seita dos Mil Saberes?
–
Sim, antes da batalha na fronteira do Sul, ia todos os anos.
–
Ele disse suavemente, a luz do
–
sol de junho brilhando em seus olhos, logo se tornando sombria. – Depois disso, nunca mais
fui.
–
– Bianca olhou para ele com espanto. Eu não sabia disso, nunca vi Sua Alteza. Alteza ia para a Seita dos Mil Saberes todos os anos?
–
Por que Sua
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Para viajar, e também para receber orientações em artes marciais com seu mestre e o irmão dele, não é estranho que você não tenha me visto, venho e vou com pressa. Além disso, eu sempre morei no Lar dos Tesouros, você sempre evitou aquele lugar.
–
Ah? – Bianca exclamou.
“Ele sabe até mesmo que eu evito o Lar dos Tesouros? Parece que o mestre e seu irmão não deixaram de mencionar minhas situações embaraçosas na frente do Príncipe!” 1
O Lar dos Tesouros era a residência do irmão do mestre, mas havia uma cela de confinamento lá dentro, toda vez que cometia um erro ela era trancada lá, então ela evitava o Lar dos Tesouros a todo custo.
Além disso, embora não tivesse medo de nada na Seita dos Mil Saberes, ela tinha medo apenas do irmão do mestre. Ele sempre teve um rosto frio, e controlava as punições na Seita dos Mil
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Saberes. Não só ela tinha medo, todos os discípulos do mestre tinham medo dele, até mesmo o mestre, como seu irmão mais velho, tinha que respeitá–lo.
Bianca ficou surpresa, o Príncipe costumava ir à Seita dos Mil Saberes todos os anos, então era uma pessoa que ela conhecia desde a infância, por que ele nunca a procurou para jogar conversa fora e relembrar o passado?
Após o desfile, o Vice–Ministro de Ritos os levou para o palácio para o banquete de celebração.
No entanto, o banquete tinha uma lista de convidados e nem todos podiam entrar.
Renato estava na lista, mas Fabiana não.
No passado, Fabiana certamente teria questionado o Vice–Ministro de Ritos, mas agora ela estava sem coragem, depois que o Vice–Ministro de Ritos leu a lista e ela não estava incluída, ela simplesmente virou as costas e saiu.
Dentro do palácio, membros da realeza, ministros civis e militares estavam presentes, a Imperatriz–Mãe até mandou trazer bebidas de alta qualidade, e ordenou que Bianca a visitasse no Palácio da Longevidade após o banquete de celebração.
Desde que se casou com Renato, Bianca nunca tinha ido ao palácio para visitar a Imperatriz-
Mãe.
Um dos motivos era que estava presa na residência, cuidando da sogra doente.
O segundo motivo era que ela entendia os pensamentos dos sogros, ambos querendo planejar um futuro melhor para a família Guerra. Se a Imperatriz–Mãe gostasse dela, era possível que surgissem pensamentos indevidos. Ela não queria causar mais problemas.
O banquete de celebração foi bastante entediante, cheio de palavras de elogio.
O Príncipe de Bermines recebeu a maioria dos elogios, seguido não pelos velhos generais que passaram anos lutando na fronteira do Sul, mas sim por ela, uma nova comandante.
Elogiaram–na por sua coragem e por se parecer muito com seu pai.
Também havia aqueles com falta de tato, brincando com Renato, perguntando se ele se arrependia.
Quem fez essa pergunta foi um dos Vice–Ministros da Guerra, que já tinha tomado algumas doses e estava um pouco ruborizado.
Era para ser uma piada, mas Renato olhou para Bianca com um olhar profundo, parecendo querer dizer algo várias vezes.
Ele não ousava expressar arrependimento, afinal, foi ele mesmo quem pediu por aquilo, e foi o Imperador quem concedeu. Mesmo que se arrependesse amargamente, não ousaria admitir.
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Mas seu olhar era bem significante, e muitos perceberam isso.
“Será que ele realmente se arrependeu?” 1
A situação ficou um pouco constrangedora. Apesar de Bianca parecer calma por fora, em seu íntimo pensava que o Vice–Ministro da Guerra estava claramente embriagado. Como poderia fazer essa pergunta numa situação dessas? Aliás, não deveria ser feita em situação alguma.
Isaac interveio:
– Agradeço ao Ministério da Guerra por nos fornecer roupas de inverno a tempo. Sem elas, a batalha teria sido muito mais difícil. Um brinde ao Sr. Luciano!
Ele ergueu sua taça, olhando friamente para o Redator do Ministério da Guerra.
Os dentes de Luciano rangeram, ele se levantou e retribuiu:
– Foi a coragem de Sua Alteza que nos permitiu recuperar a fronteira do Sul. Fornecer suprimentos militares é a responsabilidade do Ministério da Guerra, então não merecemos seus agradecimentos, Sua Alteza.
Este Vice–Ministro da Guerra normalmente era tranquilo, mas depois de algumas doses de álcool, ele falava bobagens. Ele certamente seria repreendido amanhã.
Na Casa do General, a Sra. Guerra tinha acabado de ouvir os rumores do lado de fora quando foi informada de que a General Muniz havia retornado para casa.
E ela não foi cumprimentá–la, indo direto para a sua moradia.
A Sra. Guerra ficou tão irritada que segurou o peito, ordenando:
– Vá, traga ela aqui para mim!