Jonas franziu a testa, o olhar recaindo sobre Carol. Observou-a lutar para carregar sua mala, sem saber qual era o destino. Uma pontada de culpa atingiu-lhe o peito. Quando descobriu que a moça era a ex de seu sobrinho, bloqueou seu número, na intenção de cortar os laços. Mas, no caminho de volta do trabalho, a viu ali. Na verdade, foi David quem a prejudicou. Era apenas uma jovem enganada, não havia necessidade de descontar a raiva na coitada. Mesmo que tivessem se casado acidentalmente, era hora de terminar o relacionamento de forma amigável. Enquanto Carol lutava com a mala, uma mão forte apareceu de repente e a aliviou do fardo. Olhou para cima e viu o rosto ligeiramente frio, mas bonito, do marido. “Jonas?”, perguntou surpresa: “Como sabia que eu estava aqui?” “Para onde está indo?” Apontou para o prédio no topo da colina e disse: “Ali. Acabei de alugar uma casa lá.” O homem levantou a mala. De repente, o fecho se abriu, e tudo se espalhou pelo chão. Sons de tilintar faziam cócegas nos tímpanos deles e dos transeuntes enquanto uma bola de cobre rolava escada abaixo, quicando de um andar para o outro. Carol ficou perplexa com os itens espalhados pelo chão. Camisolas delicadas e sedutoras, calcinhas de renda, sutiãs finíssimos, meias arrastão e alguns brinquedos comprometedores… O que era tudo aquilo? Exceto pela roupa íntima comum, nenhuma daquelas coisas lhe pertencia. Como foram parar lá dentro? De repente, lembrou do sorriso misterioso e animado da amiga momentos atrás, e tudo se encaixou. Bianca tinha armado para ela! O olhar de Jonas caiu no chão. Seu olhar ficou sério e rígido. Quanta coisa indecente ela preparou. Era uma tentativa de seduzi-lo e torná-lo pai? Sua expressão ficou totalmente fria e o rosto bonito tenso. À medida que a atmosfera ao redor deles pesava, o rosto de Carol ficou vermelho do pescoço às orelhas. Os transeuntes olhavam para o chão, trocavam sorrisos compreensivos e sussurravam entre si: “Os jovens de hoje sabem mesmo se divertir.” A moça avançou rapidamente para pegar os itens e os enfiou na mala. Depois de um tempo, conseguiu arrumar tudo corretamente. O marido lhe entregou uma coleira e um chicote, dizendo: “Seus pertences.” Ficou sem palavras, totalmente envergonhada. Jonas acharia que esses itens eram para a lua de mel deles? Cobriu o rosto e começou a chorar. Todos esses itens foram colocados por Bianca sem seu consentimento. Sentia-se incrivelmente injustiçada. Agachou, guardando os itens na mala: “Não, não são… Escute…” “Vamos.” Ele pegou a mala e saiu. Bem, levei a culpa por isso. Enquanto Carol observava a figura alta de Jonas, lágrimas escorriam discretamente pelo rosto. Abaixou a cabeça e o seguiu. No meio tempo, precisou ficar de olho na mala para evitar outro derramamento. Com raiva e frustrada, pegou o telefone e enviou uma mensagem para Bianca, questionando suas ações. “O que você colocou na minha mala?”