Capítulo 403
Antes do início do banquete, as mulheres conversavam entre si, enquanto o Imperador conversava com seus tios e irmãos.
Talita sentou ao lado de Bianca e disse:
–
– Quando você se casou com Isaac, eu estava doente e não pude comparecer para felicitar você. Enviei um presente em meu nome. Como sua prima mais velha, estou pedindo desculpas.
Bianca sabia que Talita não era alguém que olhava para baixo as pessoas, e agora, ao se chamar de “prima mais velha“, ela se colocou no lugar de sua família, e não uma princesa real. Bianca sorriu e disse:
Não precisa pedir desculpas. Eu é que devo agradecer pelo presente. Como está sua saúde agora?
– Ainda estou tossindo um pouco e tive febre por alguns dias. Na época de seu casamento com Isaac, eu mal conseguia sair da cama. Talita tossiu novamente e a serva trouxe chá de
–
tangerina. Ela tomou alguns goles, se acalmando um pouco, mas seu rosto estava vermelho de tanto tossir.
–
–
Você tem que se cuidar mais, prima. – Disse Bianca.
Eu sei. – A Princesa Talita assentiu. – Obrigada pela preocupação, Bibi.
Valquíria havia ido ao casamento e, enquanto ria, disse:
– Você não faz ideia de como Isaac estava nervoso naquela noite. Ele nem deixou ninguém entrar na suíte do casal, com medo de assustar a noiva. Ele realmente ama sua esposa, é de dar inveja.
Talita lançou um olhar de repreensão para ela, retrucando:
–
Seu marido não te trata bem? Ouvi dizer que ele acorda cedo todos os dias para te ajudar a se maquiar, e isso já é uma fofoca em toda a capital.
Valquíria corou, reclamando:
– Prima!
Bianca sorriu, bebericando seu chá. A atmosfera amigável era reconfortante. Ela se esforçava para ignorar os aspectos desagradáveis e se concentrar nas celebrações de Ano Novo no palácio, lembrando–se de que mostrar qualquer sinal de preocupação era considerado um tabu.
Felizmente, ela já havia aprendido a reprimir suas emoções. Eles estavam discutindo sobre o marido de Larissa, Murilo, o orgulhoso segundo colocado nos exames imperiais, que havia
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adicionado concubinas. Uma delas era a melhor garota da casa de prostituição Au’Marimor, conhecida por sua beleza, que custou 30 mil pratas para ser libertada de lá. As garotas de casas de prostituição normalmente acabavam lá dentro ao serem vendidas pelos pais pobres ou traficantes humanos, então eram como escravas, precisavam de um certo preço a ser pago para ser libertada, se quisesse.
A outra era Cenira Miranda, filha de um comerciante, cujo dote foi o valor exato de 30 mil pratas. Sim, ele se casou com ela justamente pela sua riqueza, e as 30 mil pratas de seu dote foram usadas para libertar aquela outra concubina de Au’Marimor.
Todos ficaram chocados.
Mesmo nas famílias nobres de longa data, não havia precedentes de se casar com uma garota de programa e levá–la para casa, e mesmo que houvesse interesse, no máximo elas seriam estabelecidas em uma residência alheia, como uma concubina sem importância.
No entanto, para se casar com uma garota de programa, alguém acabar se casando com uma filha de comerciante, com o objetivo de pegar seu dote para libertar a garota de programa, era algo absurdo.
Alguém riu abruptamente e disse:
–
Quem diria que Murilo é tão romântico, usando o dinheiro de uma concubina para casar com outra. Realmente, sendo o segundo colocado nos exames imperiais, é muito inteligente. Se fosse qualquer outra pessoa, não seria capaz de encontrar uma solução tão vantajosa, elevando o status da mulher de família comercial e ao mesmo tempo se casando com sua amada musa. Mas, afinal, o que é a Princesa Larissa? Apenas uma pessoa miserável sem amor nem proteção de seus pais e marido.
Quem falou foi a Paola.
Antes, ela nunca havia tido problemas com a Princesa de Avez, pois o Príncipe de Avez era um príncipe fraco e sem talento, sem capacidade, um verdadeiro covarde. Ambos eram
considerados fracassados, o que não proporcionava a Paola nenhuma satisfação ao vencer pessoas assim.
No entanto, desde que soube que a Princesa de Avez recusou o presente de enxoval da Bianca para a Princesa Larissa, ela imediatamente assumiu uma posição de inimizade, passando a considerar a Princesa de Avez como um estorvo.
Essa zombaria não deixou espaço para qualquer consideração pela Princesa de Avez. Ela ficou vermelha e pálida alternadamente.
Ela não ousava desagradar a Paola. Além de ser irmã mais nova da Imperatriz–Mãe, Paola tinha um filho que havia feito grandes feitos de guerra, além de ter uma personalidade difícil de lidar. Se ela argumentasse, poderia ouvir muito mais palavras desagradáveis.
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Além disso, a Princesa de Avez sabia que não estava certa, mas o que poderia fazer? Larissa estava grávida e Murilo queria uma concubina. Como sua mãe, ela poderia interferir nos assuntos do harém a qual a filha pertencia? Interferir nas escolhas do genro? Não poderia.
Ela também sabia que o marido afirmava que ter concubinas era algo comum para os homens, e que Larissa precisava ser mais tolerante, caso contrário seria acusada do crime de ciúmes e condenada pelo povo.
Depois que Paola terminou de falar, ela deu um olhar para Bianca, como se estivesse dizendo a ela: “Tem coisas que você não pode dizer, então eu digo por você. Estou te protegendo.”
Bianca limpou os cantos da boca com um lenço, escondendo um sorriso. Ela estava triste por dentro, mas as palavras de sua sogra eram exatamente o que ela queria dizer.