Capítulo 287
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Fabiana se recordou de tudo o que aconteceu no campo de batalha da fronteira do Sul. Ela já havia revisado mentalmente, realmente tinha caído em uma armadilha.
Havia muitas coisas que ela suspeitava, ela sabia, mas não queria acreditar, por isso encontrou muitas desculpas, muitas razões.
A maior razão era que o Príncipe de Bermines queria promover Bianca, então ele queria apagar os méritos dela, dizendo antecipadamente que ela não teria méritos.
Mas Bianca desvendou tudo aqui em detalhes, ela não tinha para onde fugir, ela só pôde se arrastar até a porta e se encolher lá, balançando a cabeça e murmurando:
– Não, não é assim.
Bianca ficou em pé diante das placas memoriais, a luz das lanternas de lótus atrás dela tornava seu rosto indistinto.
–
Fabiana, você está viva. Você ainda está viva… Deveria estar grata. – Sua voz era nebulosa. – Enquanto a minha família, nunca mais vai voltar, tudo por sua causa. Me diga, eu não deveria te odiar? Eu aguentei por tanto tempo, não queria te machucar, mas por que você veio bater à minha porta e se entregar de bandeja? Você teve méritos na Fortaleza de Letuch, antes que toda a verdade chegasse até mim, mesmo que você e Renato tivessem pedido casamento ao Imperador, eu ainda admirava você como mulher, disposta a lutar pela nação no campo de batalha.
Ela se aproximou lentamente, sua sombra cobrindo completamente Fabiana, e continuou:
– Mas como a verdade pode ser tão feia? Você teve méritos, mas o preço foi a destruição da minha família, e ainda assim você tem a coragem de se gabar na minha frente, me dizendo que despreza as mulheres que buscam sua sobrevivência dentro de suas casas. Já que você é tão capaz, tão arrogante, por que tentou armar para ficar com o meu enxoval? Sua sede por méritos militares é repugnante, sua ganância pelos bens materiais é ainda mais repugnante, cem vezes mais repugnante do que o seu rosto deformado agora.
Fabiana se ajoelhou com as mãos no chão, chorando histericamente e implorando:
– Pare, pare de falar…
–
Bianca se curvou para olhar para ela, dizendo com um sorriso zombeteiro nos lábios:
– Já não aguenta mais? Você diz que despreza as mulheres que disputam por homens, então por que você veio me procurar hoje? Para que eu vá atrás de Sarah e impedi–la de se casar com Renato? Você disputou, Fabiana, você não consegue aceitar Sarah em casa, você percebeu que o amor que vocês diziam ter era apenas uma piada. O quão imponente você era naquela época
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Capítulo 287
diante de mim, agora está tão miserável.
Os lábios de Fabiana se moveram, querendo argumentar, mas ela se lembrou das recentes brigas com Renato, não era porque ele queria se casar com Sarah?
Os olhos de Bianca se tornaram gelados novamente, ela falou:
– Fabiana, lembre–se bem, todos eles foram mortos por sua culpa. Você deve agradecer por eu ser da Casa do Marquês do Norte, se não fosse pelas regras da família, eu teria te desmembrado, esquartejado, moído em pó.
Ela abriu a porta, lá fora a neve já estava caindo forte, pequenos flocos já começando a cobrir o chão. O céu estava pesado, os flocos de neve caindo cada vez mais rápido.
Mas a voz de Bianca era mais fria do que a neve lá fora:
– Pague pelo meu vaso e saia, não volte nunca mais, porque eu realmente vou te matar.
Fabiana tremia no fundo do coração. Neste momento, ela sentiu medo de verdade, Bianca era capaz disso, a intenção assassina em suas palavras era evidente e impossível de esconder.
Ela se levantou trêmula, estendendo a mão para tocar os bolsos.
– Eu não trouxe pratas.
– Felipe, vá chamar o Sr. Kevin para escrever uma nota de dívida de 2000 pratas, faça Fabiana colocar uma impressão digital, e amanhã vá cobrar pessoalmente. – Disse Bianca calmamente.
Felipe, com olhos sombrios, assentiu e saiu.
Fabiana saiu da Torre dos Deuses e se apoiou em uma coluna circular na varanda, respirando pesadamente, o vento gelado a fazia tremer, mas sua testa estava coberta de suor frio.
Neste momento, ela estava em um estado lamentável, ora se sentindo como um lixo, ora tentando recuperar sua dignidade diante de Bianca, mas nem mesmo conseguia endireitar a postura.
Os flocos de neve flutuando diante dela pareciam invisíveis, ela só via placas memoriais voando diante de seus olhos, lembranças do massacre na Casa do Marquês do Norte, com sangue por toda parte, e a imagem de uma jovem senhora, coberta de sangue, rastejando em direção ao filho.
De repente, ela parecia enxergar mais longe, seu olhar saiu flutuando para fora da capital, passando pela Fortaleza de Letuch, chegando a cidade L, testemunhando a carnificina do povo inocente sob suas espadas, seus gritos ecoando incessantemente.
Ela ouvia os insultos daquele jovem general humilhado da região Caleste, mesmo enquanto era cortado repetidamente, ele continuava a praguejar.
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Por que naquela época ela estava tão indiferente, até sentindo prazer na crueldade?
