Capítulo 236
Para o almoço, Bianca comeu apenas uma tigela de canja de frango desfiado, e depois foi para a Torre dos Deuses para fazer uma oração.
A família Sonata era uma grande família, então tinha um santuário. As placas memoriais dos pais, irmãos e cunhadas estavam sendo venerados no santuário da família, mas as mulheres geralmente não tinham permissão para entrar no santuário para fazer oferendas, apenas faziam reverências do lado de fora.
A única maneira para uma mulher entrar lá era após a morte e a placa memorial ser colocada no santuário, mas a Bianca não podia entrar de qualquer forma, pois ela era filha, somente a esposa direta de um membro masculino da família Sonata podia ter a placa memorial colocada no santuário.
Portanto, depois que o pai e os irmãos faleceram na guerra, a mãe também estabeleceu a Torre dos Deuses em casa, um altar particular onde colocou as placas memoriais deles, para facilitar as homenagens em ocasiões apropriadas.
Após o massacre da família, Bianca também colocou lá as placas da mãe, das cunhadas, dos sobrinhos e das sobrinhas.
Felipe já havia preparado os sacrifícios, com galinha cozida, bolinhos da lua e frutas frescas. Ela acendeu o incenso, olhando para as placas que um dia representaram pessoas vivas, agora transformadas em plaquinhas retangulares de madeira escura entalhadas com nomes.
Depois de acender o incenso, ela se ajoelhou em uma almofada e, após realizar nove reverências no chão, disse:
– Pai, mãe, o tio–avô Mário falou comigo sobre adotar uma criança do clã para herdar o título de Duque, mas ainda não escolheu um candidato. Não sei se vocês concordariam. Se vocês puderem ouvir minhas palavras no céu, por favor, me deem um sinal.
A questão da adoção a deixava indecisa, sem saber se havia um candidato adequado. Ela sequer havia feito a seleção pessoalmente.
Ela apenas sentia que o título de Duque não fora conquistado facilmente, exigindo o sacrifício de toda a família, e agora, após o pai ter recebido o título de Duque postumamente, ela teria que entregá–lo a uma criança de outra família.
Embora todos fossem do clã Sonata, não eram da mesma família.
Especialmente quando ela viu as listas apresentadas pelo tio–avô, todos os candidatos tinham pais presentes. As crianças mais novas, se separadas de seus pais, teriam dificuldades; as mais velhas já tinham um forte vínculo com seus pais. Após herdar o título de Duque, se trouxer seus próprios pais para a Casa do Duque, quem poderia controlá–los?
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Capitulo 236
Mesmo que tivessem um comportamento correto e se dedicassem à lealdade, à filialidade, à bondade e à justiça no futuro, havia o receio de que, com o passar do tempo, pudessem abusar do título e manchar a reputação do pai e dos irmãos.
Além disso, quem quer que fosse escolhido seria adotado como filho do irmão mais velho dela. Todos os seus sobrinhos eram excepcionais e insubstituíveis em seu coração.
Todas essas considerações fizeram com que Bianca não se entusiasmasse com a escolha do
herdeiro.
As placas memoriais não lhe dariam respostas, mas ajoelhada ali, ela sempre se sentia mais
calma.
Ao fingir que seus pais e irmão estavam ao seu lado, às vezes esse tipo de consolo interno conseguia aliviar um pouco a dor em seu coração.
Após o meio–dia, ela voltou para o quarto para descansar um pouco e viu Pérola entrando com Felipe.
– Senhorita, o Príncipe de Bermines enviou um mensageiro com uma carta urgente para você ler imediatamente. – Felipe entregou a carta nas mãos de Bianca. – O mensageiro disse é
que
algo muito importante.
Bianca abriu a carta rapidamente e viu apenas algumas palavras escritas: [Bibi, venha imediatamente para a Província do Espírito.]
A assinatura era de Isaac.
Era uma caligrafia que Bianca reconhecia como sendo de Isaac.
No entanto, a carta não mencionava nada específico, apenas pedia que ela fosse rapidamente para a Província do Espírito, sem mencionar o que deveria levar consigo.
– E o mensageiro? – Perguntou Bianca.
Ele foi para a cozinha comer, voltou à cavalo sem parar o caminho todo, morreram três cavalos de exaustão. Ele parece estar muito cansado. – Disse Felipe.
Bianca imediatamente ordenou:
– Pérola, por favor, me ajude a arrumar algumas roupas e itens de viagem, assim que o mensageiro terminar de comer, traga ele para mim. Eu tenho algumas perguntas para fazer.
Sim! – Pérola rapidamente foi para dentro arrumar as coisas.
Pouco depois, o mensageiro terminou de comer e foi levado para a sala lateral. Bianca já estava pronta, e ao olhar para quem foi trazido, reconheceu Zé Forte, embora ele estivesse com o
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Capítulo 236
rosto sujo e queimado pelo sol, com a pele descascando, avermelhada e bronzeada além da
conta.
Mesmo sendo pleno agosto, ele estava tão queimado de sol, claramente já havia passado muito tempo na estrada.
Bianca perguntou:
– Zé Forte, você não estava acompanhando o Príncipe até a Montanha Merinda? Por que agora ele está na Província do Espírito? E por que ele me mandou para lá?
Depois de se alimentar e beber, Zé Forte arrotou. Vendo a postura estranha que ele adotou ao ficar em pé, provavelmente por ter passado muito tempo a cavalo, Bianca o fez sentar para
conversar.
Zé Forte agradeceu e se sentou, dizendo:
– Realmente, Alteza me levou para a Montanha Merinda, onde ficamos por uns quatro dias antes de retornar. No entanto, ao chegar à Cidade da Folha, o meu saquinho de pratas foi roubado por um ladrãozinho. Eu o capturei imediatamente, mas quando me virei para levá–lo às autoridades, vi alguns pequenos mendigos maltrapilhos ao redor se dispersando
apressadamente.
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