Capítulo 150
Já era meio–dia do dia seguinte quando Bianca acordou.
Bianca realmente poderia ter continuado dormindo, mas um decreto do palácio a convocou, então ela teve que se levantar.
Enquanto se arrumava, bocejou e perguntou:
– Pérola, Roxy e os outros já acordaram?
–
Ainda não, ainda estão dormindo. – Pérola havia passado a noite na beira da cama de Bianca, ficar ao lado da sua senhorita a deixava mais tranquila.
– Não acorde eles então, deixe eles dormir. Mesmo que durmam por três dias, não os perturbe. Bianca sabia que eles também estavam exaustos, ela mesma mal podia esperar para dormir até o dia seguinte.
–
Pérola arrumou o penteado dela, colocando um palito de cabelo com adereços pendentes e uma pedra preciosa. Ela olhou para a senhorita com olhos cheios de compaixão, dizendo:
– Eu sei, o Sr. Felipe também mencionou. Ele disse que quando o Sr. Ruan e os jovens generais voltavam do campo de batalha, também sempre estavam exaustos, dormindo por dois ou três
dias.
Bianca assentiu, desviando o assunto:
– As pessoas que vieram me convocar são lá da Imperatriz–Mãe ou do Imperador?
Pérola balançou a cabeça, explicando:
–
– Nenhum dos dois, são pessoas do palácio da Imperatriz.
– Imperatriz? – Bianca ficou surpresa
Ela não tinha nenhum relacionamento com a Imperatriz Carla Menezes, apenas fez uma visita de cortesia à Imperatriz quando voltou da Montanha Merinda naquele ano, sem realmente ter dado uma boa olhada nela.
O pai da Imperatriz era Secretário do Ministério dos Assuntos Civis e a família Menezes era uma família centenária, com vários funcionários públicos e intelectuais notáveis em sua linhagem. A Imperatriz era conhecida na capital por seus talentos excepcionais quando ainda estava solteira.
Por já estar prometida ao herdeiro imperial da época, que agora era o Imperador Zuquim, antes mesmo de sair de casa, já tinha uma reputação estabelecida. Bianca nunca tinha a visto porque havia ido para Montanha Merinda muito cedo e, desde que retornou, não participou de
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muitos eventos sociais.
Ela realmente não tinha intimidade com a Imperatriz, então por que ela estariam a convocando para entrar no palácio?
Mas ela não especulou muito, descobriria o motivo assim que entrasse no palácio.
Após se arrumar e tomar um breve café da manhã, ela levou Pérola consigo para o palácio. Ao passar pelos portões, a Dama de Palácio chamada Jane, que servia ao lado da Imperatriz, já estava esperando.
A vida cotidiana de uma Dama do Palácio era geralmente caracterizada por um conjunto de deveres e rotinas rigorosas, como por exemplo: serviço à Imperatriz, cuidado com os filhos do Imperador, administração dos trabalho doméstico de toda a Cidade Imperial, protocolo e etiqueta (deviam estar familiarizadas com o protocolo e a etiqueta da Corte, garantindo que todos os procedimentos e rituais fossem seguidos corretamente, além de ensinar modos às moças escolhidas para entrar no harém imperial), treinamento e supervisão (algumas mais experientes podiam treinar e supervisionar outras servas na Cidade Imperial, garantindo que todas estivessem cumprindo suas funções adequadamente).
Portanto, o status de uma Dama de Palácio que servia ao lado da Imperatriz era muito alto.
Quando viu Bianca, a Dama Jane sorriu calorosamente e a parabenizou por sua conquista na fronteira do Sul. Antes que Bianca pudesse dizer algo humilde, ela se virou e levou Bianca e Pérola em direção ao Palácio da Primavera.
Bianca teve que conter suas palavras e seguiu lentamente atrás dela.
Do portão do palácio até o Palácio da Primavera, era realmente um longo caminho.
A Dama Jane permaneceu em silêncio o tempo todo, apenas caminhando à frente em silêncio, sua postura parecia um tanto distante e fria.
Bianca e Pérola trocaram olhares, sentindo que algo estava errado com o convite da Imperatriz para o palácio.
No entanto, Bianca estava tranquila e não muito preocupada, afinal, a reputação virtuosa da Imperatriz Menezes era conhecida, e o único encontro anterior que teve com ela foi amigável. Além disso, como uma recém–condecorada comandante militar, não deveria ter dificuldades.
Ao chegarem ao Palácio da Primavera, não foram levadas diretamente ao salão principal, mas a uma sala lateral.
Foi então que a Dama Jane falou:
Srta. Sonata, por favor, aguarde um momento, a Imperatriz logo estará aqui.
–
Obrigada, Dama. – Bianca se curvou.
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A Dama Jane retribuiu a reverência e saiu.
Pérola observou discretamente a decoração da sala lateral e sussurrou no ouvido de Bianca:
Dizem que a Imperatriz é nobre e vive de forma simples, parece que é verdade.
Bianca respondeu baixinho:
–
Não devemos fofocar sobre membros da realeza.
Pérola se endireitou, concordando.
Depois de esperar por cerca de quinze minutos, a Imperatriz ainda não havia aparecido. O chá foi servido, mas não era de boa qualidade, apresentando um sabor amargo e antigo.
Bianca tomou metade do chá e o colocou de lado, não por causa do gosto, mas para evitar que as servas entrassem para reabastecer sua xícara.
Após mais um tempo de espera, ouviram alguém do lado de fora gritar:
– A Imperatriz chegou!
Bianca rapidamente se levantou e esperou com a cabeça baixa.
Os passos se aproximaram e logo viram os servos escoltando uma jovem nobre vestida com elegância e um manto decorado com uma fênix entrando pela porta.
Assim como a figura do dragão era de uso exclusivo do Imperador, a fênix era uma figura que apenas a Imperatriz podia usar.
Bianca mantinha a cabeça baixa e viu os sapatos de seda bordados com fios de ouro e prata, com pérolas enfeitando as pontas, revelados apenas quando a saia balançava elegantemente.
Momentos antes, Pérola havia dito que a Imperatriz apreciava a simplicidade, mas na realidade, quando visitou o salão principal do Palácio da Primavera, embora não fosse ostentoso e luxuoso, tudo ali era precioso, desde os móveis de sândalo e madeira de cedro até as xícaras de porcelana azul celeste.
Assim como sua aparência atual, elegante e distinta, embora parecendo simples, sempre tinha um ou dois itens de luxo como enfeite.