Capítulo 59
“Preparar a refeição” era um termo nobre, mas na prática eram apenas dois pedaços de pão e duas tiras de carne seca, alimentos convenientes para o campo de batalha. A maioria das rações entregues antes da batalha eram assim.
Atualmente, acampados aqui, também poderiam preparar mingau ou arroz, mas já era tarde, as cozinhas do acampamento estavam ocupadas com panelas gigantes, não havia motivo para acender um fogo só para ela.
No entanto, eles gentilmente prepararam uma chaleira de água quente para ela, pelo menos para que pudesse beber algo quente e se aquecer.
Sua pequena tenda, montada temporariamente, estava com cobertas espessas e pesadas, sujas e cobertas por uma camada grossa de calosidades. Assim que a mão de Bianca tocou nelas, ela percebeu que eram manchas de sangue impregnadas.
A pessoa que a trouxe foi um jovem soldado alto e robusto, com sobrancelhas espessas, olhos grandes e uma barba desalinhada. Coçando a cabeça, ele perguntou:
– Você consegue comer isso? Se não conseguir, posso pedir para prepararem um pouco de sopa quente para você.
–
Não, isso está bom. – Bianca deu um sorriso agradecido enquanto mordiscava o pão duro. Estava frio naquele dia, e o pão estava tão duro que doía os dentes.
–
Está bem então. Eu sou Zé Forte, tenho acompanhado o Príncipe desde pequeno. Se precisar
de alguma coisa, é só me chamar, não tem criadas ou servas aqui para te servir.
– Não é necessário ser servida, consigo cuidar de mim mesma, eu… – Bianca estava prestes a dizer que não era tão frágil, mas achou desnecessário e apenas sorriu, agradecendo. – Obrigada!
– Então eu vou sair. – Zé Forte se virou para sair. – Apenas se contente por ora com a comida e o lugar para dormir.
–
Está bem! Bianca não disse mais nada. Estava faminta e devorou todo o pão e carne seca, bebendo um pouco de água quente que a deixou com a barriga cheia e inchada.
Ela abriu a cortina da tenda e olhou para fora. A maioria das fogueiras já havia se apagado, exceto a que estava diante da tenda do comandante–chefe, que ainda estava acesa. Ela bocejou, exausta, não se importando com mais nada naquele momento. Deixaria que discutissem e ela iria dormir.
Devido ao cansaço e ao fato de o Príncipe de Bermines ter acreditado nela, seu coração relaxou completamente. Ela adormeceu profundamente, sem se importar. Acampar ao ar livre não era
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algo estranho para ela, ela não tinha medo de dificuldades.
No entanto, o que a intrigava era o fato de que o Príncipe de Bermines parecia conhecer bem a Seita dos Mil Saberes, além de se preocupar bastante com ela, considerando que eles tiveram apenas poucos encontros na juventude.
Nos dias seguintes, Bianca não viu o Príncipe de Bermines nem os antigos subordinados de seu pai. Ela não estava restrita em sua liberdade e podia sair e entrar como como quisesse. Segundo Zé Forte, após a reunião dos soldados naquela noite, o Príncipe de Bermines ordenou o recrutamento de soldados.
O povo da fronteira do Sul odiava profundamente os habitantes do reino A, pois haviam invadido suas terras, matado seu povo, saqueado suas riquezas e sequestrado suas jovens. Essa inimizade era insuperável.
Assim que o comandante da vanguarda mencionou o recrutamento para atacar as regiões Iren e Mash, a fim de recuperar completamente a fronteira do Sul, muitos jovens corajosos se apresentaram para se alistar.
Embora Bianca havia treinado artes marciais desde jovem e ouvido muitas histórias de batalhas de seus familiares. Às vezes, os irmãos enviavam cartas para casa, contando sobre os perigos do campo de batalha. Ela mesma leu muito livros de táticas militares, além de registros históricos de grandes batalhas, que ela já sabia até de cor.
Porém, ela nunca havia participado de uma batalha real. Tudo o que sabia sobre guerra era teoria nos livros.
Ela perguntou a Zé Forte:
– O Príncipe ordenou que enviassem um pedido de apoio à Corte?
– Sim, foi enviado. Mas não sabemos quando os reforços e suprimentos vão chegar. O Príncipe disse que precisamos recrutar primeiro.
–
Quantas pessoas foram recrutadas até agora? – Bianca perguntou novamente.
–
Quatro mil! – Zé Forte respondeu sem rodeios. A filha do Marquês Ruan era digna de confiança. Ela levou apenas cinco dias da capital até a fronteira do Sul para entregar a mensagem, não era algo que qualquer pessoa poderia fazer.
Bianca ficou chocada. Em apenas três ou quatro dias, eles conseguiram recrutar quatro mil pessoas? A esse ritmo, antes da chegada das pessoas da região Caleste, teriam dezenas de milhares de pessoas facilmente.
No entanto, novos recrutas sem experiência em combate seriam apenas carne de canhão.
Parecendo perceber a preocupação de Bianca, Zé Forte disse:
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– Os soldados recém–chegados já começaram o treinamento, então todos os líderes estão ocupados agora.
Bianca perguntou:
– Tem algo em que eu possa ajudar?
– Tem, sim! – Zé Forte concordou imediatamente. – Algumas pessoas vieram cedo hoje, dizendo que estavam procurando por você, mas o Príncipe está verificando suas identidades. Você devia ir lá e dar uma olhada para conferir se são seus amigos.
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