Capítulo 45
O quarto estava deserto e extremamente bagunçado, com peças de roupa masculinas e femininas espalhadas desordenadamente sobre a cama, enquanto meias sujas do homem formavam um amontoado jogado no chão de madeira.
Havia algumas camisinhas usadas na lixeira, e mais duas ao lado da cama.
Como Mirella havia dito, o homem era realmente vigoroso!
O estado da sala mostrava a intensidade do relacionamento deles.
“Marlene, saia agora!”
Nelson, furioso, chutou a lata de lixo, arrancou os cobertores da cama e vasculhou o quarto sem se importar com nada.
“Nelson, o que aconteceu?” – Mirella entrou correndo e, vendo o estado do quarto, cobriu a boca com as mãos.
“Meu Deus, o que minha irmã fez na Cidade das Flores?”
A essa altura, os olhos de Nelson estavam vermelhos de raiva, como se ele quisesse me capturar e me despedaçar.
O barulho no quintal acabou atraindo a atenção dos vizinhos.
O vizinho, com um cigarro preso entre os dentes e um forte sotaque de outra região, comentou: “Aquele casal? Saíram com as malas ontem ao entardecer, dizendo que iriam atrás de alguma tal de liberdade. Quem sabe lá pra onde foram.”
Ele olhou Nelson de cima a baixo: “Quem é você?”
Nelson agarrou a pulseirainho do homem, não sendo totalmente tolo, apontou para o quarto e perguntou: “Qual é o nome daquela mulher?”
“Nome? Isso eu já não sei. Só ouvi o pessoal chamando ela de Sra. Barbosa. Você é amigo dela? Olha, sendo sincero, aquela mulher é bem… solta. Ela e o namorado se divertem tanto que dá
pra ouvir os gritos até três andares acima.”
“Bang!”
Nelson deu um soco no rosto do homem.
Desculpe, falei cedo demais… ele tinha um pouco de inteligência, mas não muita.
Só porque ouviu o sobrenome Barbosa, já pensou que era eu.
Nem se deu ao trabalho de pensar!
Eu tinha mania de limpeza; jamais deixaria o quarto naquela bagunça.
Infelizmente, quando uma pessoa cega acreditava em algo, era como se não tivesse nada na
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Capítulo 45
cabeça.
Nelson, tomado pela fúria, lançou um olhar duro para o assistente e disse com firmeza: “Não me importa como você vai fazer, mas quero que encontre a Marlene, nem que tenha que revirar cada centímetro!”
Eu estava agachado embaixo de uma velha árvore no quintal, contando formigas: “Você não vai encontrá–la, a pele já foi arrancada, e os ossos moídos… nem sei se a carne virou linguiça ou foi curada.”
O assistente, sem ouvir meu sarcasmo, apressou–se em responder: “Sim.”
Nelson segurava firmemente a moldura da porta, olhando para o tranquilo quintal, com uma expressão de profunda dor: “Marlene, eu fui bom para você… por que você fez isso comigo!”
“Nelson, não fique assim, minha irmã…”
“Não defenda ela! No fundo ela é uma pessoa despudorada, só lamento não ter visto isso antes.”
Eu não tinha mais vontade de comentar, só estava curiosa para ver a expressão dele ao descobrir a verdade.
Ele voltou para casa furioso com a Mirella.
E aquele vídeo de dança que parecia comigo também viralizou.
Nem precisava dizer como fui criticada, mas já estive morta, quem se importaria?
Quando a família Barbosa soube da viagem à Cidade das Flores, ficou ainda mais furiosa.
Minha mãe se levantou e bateu na mesa: “Eu sempre disse que essa garota não prestava, agora que ela se expôs assim, o que as pessoas vão pensar da nossa família Barbosa?”
“Mamãe ainda queria secretamente dar a ela as ações, ela nem as merece. Na minha opinião, deveríamos dar as ações para a Mirella como presente de casamento.”
“Nelson, sentimos muito por termos criado uma filha assim. Se você quiser o divórcio, não temos objeções.”
“É, ainda bem que você não tem filhos, o divórcio não seria…”
Nelson levantou a cabeça, com os olhos vermelhos fixos em minha mãe: “Não vou me divorciar!”
Minha mãe ficou assustada com a reação de Nelson, ele estava terrivelmente ameaçador.
Mirella, segurando seu braço, disse: “Nelson, minha irmã já o traiu. Continuar assim só vai fazer de você uma piada. Meus pais só estão preocupados com você, um divórcio seria melhor para vocês dois.”
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