Capítulo 43
Nelson, com ressaca, só conseguiu despertar no meio da tarde.
Com a cabeça pesada e sem abrir os olhos, acariciava a lisa pele das costas da mulher em seus braços, murmurando: “Marlene…”
Mas ao abrir os olhos e ver a mulher à sua frente, ele se assustou, empurrando Mirella para longe.
“Por que… é você?”
Eu estava sentada ao lado da mesa, balançando as pernas levemente, observando calmamente a cena.
Ver isso novamente não despertou a raiva inicial em mim, apenas uma sensação de calma e indiferença.
Enquanto o sol brilhava sobre mim através da janela do chão ao teto, percebi que meu corpo estava mais leve.
Parecia entender por que eu continuava aparecendo ao lado de Nelson após minha morte.
Talvez porque eu tenha passado a maior parte do tempo envolvida com ele durante minha vida. Mesmo com a dor e as traições, eu não conseguia abandoná–lo facilmente.
Minha obsessão era tão profunda que minha alma estava presa a ele de forma incontrolável.
Ao ver sua verdadeira natureza, aquele coração antes ressentido gradualmente encontrou paz.
Achava que o dia em que eu realmente o deixar ir será o dia em que eu desaparecerei deste
mundo.
Na cama, Mirella exibia uma expressão de quem carregava o peso da mágoa.
Ao vê–la, a primeira reação de Nelson foi empurrá–la para longe.
Nos olhos dela, refletia–se uma profunda dor, como se o gesto dele tivesse aberto uma ferida ainda mais profunda.
“Nelson, quando você saiu ontem, percebi algo estranho na sua expressão e fiquei preocupada. Então vim aqui para ver como você estava… Quem diria que você me confundiria com a irmã depois de beber e… nós…”
Nelson passou a mão na testa, com uma expressão de agonia, como se realmente não quisesse se envolver com Mirella.
Achei aquilo ridículo.
Se um homem realmente estivesse bêbado, não conseguiria ficar excitado.
Na noite passada, ele abraçou Mirella e repetiram fazer várias vezes, cada vez durando mais.
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Capítulo 43
Ele parecia bastante satisfeito, então agora por que estava fingindo tanta inocência?
Mirella choramingou ao lado dele: “Nelson, eu realmente nunca quis atrapalhar sua relação com a irmã, eu não queria. Mas você estava bêbado e não parava de chamar pelo nome dela… meu coração doía por você, então eu…”
No final, Nelson não pôde deixar de vê–la chorar, puxando–a para perto de si: “A culpa não foi sua, foi minha.”
Mirella se aconchegou nos braços de Nelson, com um leve sorriso nos lábios, uma marca registrada dos vencedores.
“Nelson, quando a irmã voltar, você deve ficar com ela e ser feliz. Eu… eu nunca mais vou
interferir entre vocês.”
“Mirella, você é tão bondosa… como posso simplesmente deixar você?”
Os dois trocaram juras de amor na cama por um longo tempo, até que Nelson se lembrou de que havia pedido ao seu assistente para reservar um voo para a Cidade das Flores naquele
dia.
Ele havia perdido o horário e ligou com raiva para seu assistente.
“Por que você não me lembrou? Acabei perdendo o voo.”
O assistente já suspeitava do relacionamento um tanto íntimo entre ele e Mirella, e na noite
anterior havia confirmado isso.
Um homem e uma mulher sozinhos, com álcool envolvido, o que aconteceria era óbvio, e ele não era tolo a ponto de não perceber.
“Desculpe, Sr. Lopes, você estava muito bêbado ontem à noite, eu não quis perturbar seu descanso.”
“Você está cada vez mais inútil.”
Nelson suspirou: “Não importa, remarque para a cidade vizinha, escolha outra rota para a Cidade das Flores.”
“Certo, Sr. Lopes.”
Ao lado, Mirella segurou a mão dele e disse: “Nelson, quero ir com você buscar a irmã desta vez. Quero me desculpar com ela pessoalmente. Assim, ela poderá aliviar essa mágoa, e talvez finalmente decida voltar.”
Nelson olhou para ela com uma expressão satisfeita, com os olhos cheios de afeto e compaixão: “Se a sua irmã fosse tão compreensiva quanto você, ela não me daria tantas dores de cabeça.”
“Nelson, acho que a irmã estava apenas muito brava e tentou provocá–lo com outros homens de propósito. Vocês dois precisam ter uma boa conversa, com certeza tudo voltará a ser como era antes.”
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